SÃO PAULO, 30 Out (Reuters) - A metodologia da Petrobras contemplará reajustes automáticos dos combustíveis, mas impedirá o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico, informou a companhia em comunicado nesta quarta-feira.

30/10/2013 16:22

SÃO PAULO, 30 Out (Reuters) - A metodologia da Petrobras contemplará reajustes automáticos dos combustíveis, mas impedirá o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico, informou a companhia em comunicado nesta quarta-feira.

A companhia explicou que a metodologia vai considerar variáveis como o preço de referência de derivados no mercado internacional, câmbio e ponderação sobre a origem do produto vendido, se refinado no Brasil ou importado. A periodicidade dos reajustes ainda será definida.

"Também está previsto mecanismo que impede o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico", acrescentou.

Na última sexta-feira, quando a Petrobras divulgou seus resultados trimestrais, a empresa informou que sua diretoria executiva tinha deliberado sobre uma metodologia de reajustes que permitiria maior previsibilidade para os preços domésticos do diesel e gasolina.

No comunicado desta manhã, a Petrobras reafirmou que a metodologia foi aprovada pela diretoria e apresentada ao Conselho de Administração, que pediu estudos adicionais, que estão em elaboração.

"A companhia reitera que o fato relevante em si se refere à introdução de uma fórmula de precificação do diesel e da gasolina que dê maior previsibilidade à geração de caixa e redução dos índices de alavancagem da Petrobras."

O jornal Valor Econômico nesta quarta-feira noticiou que a metodologia consideraria um preço de referência apurado a partir da média ponderada da cotação do barril em um período de meses passados e também com projeções para meses adiante. E que um primeiro aumento ocorreria já no próximo dia 22, quando está prevista a próxima reunião do Conselho da Petrobras.

No início da tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que "não há data" para o aumento da gasolina, acrescentando que a nova metodologia para os preços dos combustíveis é "séria e importante e não pode ser feita rapidamente, de afogadilho".

Mais cedo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, evitou comentar sobre reajuste de combustíveis. Ele afirmou que a nova metodologia de preços da Petrobras será apresentada na reunião do dia 22.

"Eu não tenho notícia (sobre a metodologia). Oficialmente eu só posso falar quando receber", disse Lobão no intervalo de evento em Brasília.

Na véspera, um conselheiro da estatal disse que a nova metodologia não prevê a reintrodução da chamada "conta petróleo".

(Por Fabíola Gomes, Reportagem adicional Nestor Rabello em Brasília)