Esquema desarticulado

01/11/2013 20:59

Beto Soares | Estúdio Boom
Data: 31/10/2013 / Fonte: G1 RS 

Porto Alegre/RS - A Polícia Federal desarticulou nesta quinta-feira (31) uma quadrilha que acelerava a liberação de embargos e interdições de grandes obras no Rio Grande do Sul. O grupo de servidores atuava na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/RS), em Porto Alegre. Três pessoas foram presas e diversos materiais foram apreendidos. De acordo com a PF, o esquema favorecia um consórcio empresarial da área de segurança do trabalho.

Entre os presos, está um auditor-fiscal do trabalho. Segundo as investigações, o suspeito liberava embargos e interdições em troca de vantagens, que ainda não foram especificadas. Os servidores envolvidos agilizavam o processo interno para os clientes do grupo empresarial.

Além de acelerar medidas administrativas, a quadrilha também assegurava uma espécie de "salvo-conduto" da fiscalização do trabalho no estado. Também havia pagamento de propina a engenheiros encarregados de obras de grandes construtoras que ficavam em torno de 3% a 5% do valor dos contratos.

Conforme a PF, um auditor-fiscal do trabalho que não fazia parte da quadrilha foi ameaçado de morte, o que antecipou a execução da operação. Ele iria fiscalizar uma obra da construção de um empreendimento em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

O esquema desarticulado pela PF gerava grandes lucros ao grupo empresarial, pois embargos e interdições de obras representam custo adicional elevado com funcionários parados, máquinas locadas, terceirizados em geral, fornecedores e multas contratuais, além de atrasos no cronograma de conclusão e inauguração das obras. O consórcio, inclusive, estava expandindo o sistema a outras capitais brasileiras, nos mesmos moldes, utilizando-se da corrupção de servidores públicos.